Acordo.Lavo a cara, como, visto-me e saio de casa. Um dia cinzento. Chega o autocarro cheio de pessoas cinzentas. As pessoas cinzentas que estão ao meu lado na cinzenta paragem, agitam-se tentando ganhar lugar para entrar primeiro no cinzento autocarro.
Fico uma hora no trânsito. Centenas de carros cinzentos com pessoas cinzentas rumam a Lisboa como se tivessem a oferecer jactos particulares. Já em Lisboa entro no Metro e vou ao cinzento café, onde a cinzenta empregada já me conhece. Peço o habitual. Merenda, café, copo com água, tá a andar. E aí estou eu de novo rodeado de pessoas cinzentas, naquela estação cinzenta à espera que o cinzento metro com as respectivas cinzentas pessoas que fazem dele meio de transporte cheguem. Entro no Metro. Nenhuma diferença de todos os outros dias. Cinzento. Tenho sempre esperança que ao chegar ao Campo Grande o cinzento tenha já desaparecido. Não. Continua lá. E eu também. Saio da curiosamente cinzenta estação, e acendo um cigarro. Eu e mais vinte pessoas cinzentas.
O tempo que demoro a fumar o cinzento cigarro é exactamente o tempo que levo a chegar à Universidade. Cinzenta. Entro no cinzento Bar da cinzenta Universidade e saúdo os meus cinzentos colegas. Mais um café, mais um cigarro. Peço um cinzeiro, que utilizo obviamente para nele colocar a cinzenta cinza do meu cinzento cigarro. Aulas. Professores cinzentos que dão matéria de forma cinzenta. Cansado de tanto cinzento, viajo para o mundo da cinzenta Lua. E só volto no fim do dia, quando estou de volta a casa no cinzento autocarro com as cinzentas pessoas do costume. São todos cinzentos. Ou sou eu que sou colorido? Ou sou cinzento e por isso só vejo cinzento e na verdade todos os outros são coloridos e eu não sei?
Não sei dizer.
(P.S - É a primeira vez em 22 anos de existência que escrevo a palavra cinzeiro. Pelo menos num teclado.
Fico uma hora no trânsito. Centenas de carros cinzentos com pessoas cinzentas rumam a Lisboa como se tivessem a oferecer jactos particulares. Já em Lisboa entro no Metro e vou ao cinzento café, onde a cinzenta empregada já me conhece. Peço o habitual. Merenda, café, copo com água, tá a andar. E aí estou eu de novo rodeado de pessoas cinzentas, naquela estação cinzenta à espera que o cinzento metro com as respectivas cinzentas pessoas que fazem dele meio de transporte cheguem. Entro no Metro. Nenhuma diferença de todos os outros dias. Cinzento. Tenho sempre esperança que ao chegar ao Campo Grande o cinzento tenha já desaparecido. Não. Continua lá. E eu também. Saio da curiosamente cinzenta estação, e acendo um cigarro. Eu e mais vinte pessoas cinzentas.
O tempo que demoro a fumar o cinzento cigarro é exactamente o tempo que levo a chegar à Universidade. Cinzenta. Entro no cinzento Bar da cinzenta Universidade e saúdo os meus cinzentos colegas. Mais um café, mais um cigarro. Peço um cinzeiro, que utilizo obviamente para nele colocar a cinzenta cinza do meu cinzento cigarro. Aulas. Professores cinzentos que dão matéria de forma cinzenta. Cansado de tanto cinzento, viajo para o mundo da cinzenta Lua. E só volto no fim do dia, quando estou de volta a casa no cinzento autocarro com as cinzentas pessoas do costume. São todos cinzentos. Ou sou eu que sou colorido? Ou sou cinzento e por isso só vejo cinzento e na verdade todos os outros são coloridos e eu não sei?
Não sei dizer.
(P.S - É a primeira vez em 22 anos de existência que escrevo a palavra cinzeiro. Pelo menos num teclado.
2 Comments:
Ruben o teu blog fez-me vomitar monelhos de cavelos.
Também te adoro Carvalhas
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